Personagem da HQ “O Paraíso de Zahra” lança campanha virtual para à Presidência do Irã

May 21, 20130 comments

A personagem da graphic novel, lançada no Brasil pela LeYa em 2012, será a primeira mulher a concorrer virtualmente para a presidência iraniana. Teerã, Irã – Como uma forma de protesto contra as eleições presidenciais iranianas – que acontecem no dia 14 de junho – os autores da graphic novel “O paraíso de Zahra” – Amir Soltani e Khalil Bendib – e a ONG Human Rights United for Iran lançaram no dia 7 de maio a campanha de Zahra para concorrer ao cargo máximo do governo iraniano. Zahra é uma mulher de 52 anos – personagem ficticia da HQ lançada no Brasil em 2012 pela editora LeYa – que teve um dos filhos assassinado pelas autoridades irarianas em 2009, durante os protestos contra a reeleição de Mahmoud Ahmadinejad. Viúva e pobre, Zahra bate em todas as portas em busca de alguma notícia que leve ao paradeiro de seu filho Mehid, mas é ridicularizada e ameaçada pelas autoridades. “Zahra representa todas as famílias iranianas que perderam seus entes queridos”, disse o autor Amir Soltani, “ela concorre em uma plataforma de direitos humanos. Ela concorre em nome de seu filho, Mehdi, para que as gerações futuras possam desfrutar dos direitos que foram negados ao seu filho, cuja história é uma ficção baseada nas histórias reais de milhares de iranianos.” Soltani, United for Iran e as organizações que estão patrocinando a campanha – incluindo Arseh Sevom, Fundação Abdorrahman Boroumand, DaneshJooNews e Iran Human Rights Documentation Center – esperam dessa forma satírica expor o panorama político exclusivo e corrupto do Irã. Entre 7 e 11 de maio, os presidenciáveis puderam registrar suas candidaturas e agora aguardam a aprovação do Conselho dos Guardiães – um órgão não eleito de 12 estudiosos religiosos e juristas – num processo que está longe dos padrões internacionalmente aceitos de “justo e livre”. “A campanha virtual de Zahra é uma afronta simbólica para a prática do governo de desqualificar as mulheres de concorrer à presidência”, disse Firuzeh Mahmoudi, diretor do United for Iran, “Zahra representa um Irã onde os direitos humanos e a democracia são oferecidos a todos os iranianos, e a esperança resiliente dos iranianos que estão comprometidos com um Irã que é verdadeiramente “justo e livre “, onde cada voto conta, onde todos os candidatos qualificados podem concorrer para o cargo, onde todos os cidadãos elegíveis podem votar sem intimidação ou coerção, e onde a oposição não está satisfeita com ameaças ou violência”. A Primavera Àrabe do Irã foi a primeira de uma corrente de revoltas pró-democracia na região do Oriente Médio e Norte da África. Ao longo desses quatro anos, o governo iraniano prende e tortura centenas de dissidentes iranianos. Mais de 500 presos políticos conhecidos permanecem presos em penitenciárias públicas ou sob prisão domiciliar. Click here to read the original article.