Em junho de 2009, manifestações populares tomaram, na medida do possível, as ruas de Teerã, a capital do Irã, após suspeitas de fraude na reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad. Em meio aos protestos, uma mãe começa uma busca para reencontrar seu filho desaparecido. Quatro anos depois, ela entra na campanha pela presidência.
A mãe em questão é a protagonista de O Paraíso de Zahra, lançado em 2010, no Brasil, pela editora portuguesa Leya. Zahra é apenas uma ficção criada por dois artistas sob os pseudônimos de Amir e Khalil. Entretanto, o ambiente de protestos e o estado repressor da HQ são baseados nos fatos ocorridos em 2009.
Em fevereiro deste ano, nasceu a ideia de lançar a personagem de 52 anos, professora, poeta e neta do falecido “Grande Aiatolá Alavi”, à presidência. O movimento é organizado pela ONG de Direitos Humanos United4Iran e pelos autores da HQ.
O site Vote4Zahra tem direito a declaração de candidatura e HQ que mostra a entrada na “campanha ilegal”, via apoiadores na Turquia e fanpage no Facebook.
Se a campanha “Feliciano não me representa” agita as redes sociais aqui no Brasil, o movimento político virtual por lá já conta com quase 2,5 mil curtidas no Facebook,com direito a fotos de apoiadores de diferentes partes do mundo. As eleições no Irã ocorrem no dia 14 de junho de 2013.
O país tornou-se uma república com orientação islâmica controlada por uma junta de aiatolás após a derrubada do xá Rehza Pahlevi, em 1979. Além de O Paraíso de Zahra, o álbum Persépolis, de Marjane Satrapi, conta,também em quadrinhos, mas do ponto de vista da biografia da autora, uma parte da história da Revolução Islâmica e da guerra subsequente.
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